Património
- Torre de Menagem do Concelho de Chaves
Monumento nacional desde 22 de Março de 1938, várias foram as adversidades que imperaram na história do Castelo de Chaves. Do que dele resta, apenas a Torre de Menagem se mantém como história viva de épocas conturbadas da reconquista cristã e de dote real para a resolução dos vários problemas políticos entre lusos e espanhóis. É com D. Afonso Henriques, que Chaves passa a integrar o território Português, sendo-lhe concedido foral em 1258 por diploma de D. Afonso III, o qual casara em Chaves com D. Beatriz filha ilegítima de D. Afonso X de Castela. Com a elevação à categoria de vila que o foral lhe outorgou, consagrando Chaves como um núcleo populacional, económico e estratégico na linha de defesa das fronteiras do território Português, urgiu a necessidade da reconstrução do castelo e torre de menagem por alturas do reinado de D. Dinis.
No seu exterior, construiu-se um jardim, onde estão expostas algumas peças do Museu da Região Flaviense. O jardim está limitado por muralhas construídas aquando da fortificação da vila, por alturas das Guerras da Restauração. Do local podemos observar uma excelente panorâmica de todo o vale de Chaves.
- Igreja Matriz
Igreja de raiz medieval, mas com vestígios testemunhando fases importantes da sua estrutura cronológica. Da construção medieval conservou a imponente torre, rasgada por duas sineiras por face, com molduras e frisos de interligação decorados com boleados, motivos vegetalista e em ziguezague, apresentando frontalmente portal românico, precedido por nártex, com arquivoltas e molduras decoradas, assentes em colunelos com capitéis esculpidos, e nas paredes frestas, siglas, mísulas antropomórficos, bem como fragmento de friso com enxaquetado integrado na parede sobre a porta travessa S.. As transformações ocorridas no séc. 16 são particularmente visíveis nos portais, o da fachada lateral esquerda mais rico do que o principal, e na abóbada estrelada da capela-mor. A estrutura da capela-mor e a colocação da imagem da padroeira na sua fachada posterior obedece a uma tipologia que toma como modelo a capela-mor da Sé Catedral de Braga e que se estende até à Galiza, com um notável exemplar na Igreja de Santa Maria de Pontevedra. A capela-mor é ainda percorrida interiormente por friso com inscrição e exteriormente na fachada posterior. No interior, destaca-se a Capela do Santíssimo, adossada à capela-mor pelo lado do Evangelho, e comunicando com a mesma, coberta por cúpula de pendentes com lanternim, e com teia em pau-preto com inscrição em metal. Os painéis de azulejos que ladeiam o vão desta capela, com alegorias às Virtudes, e o que encima o arco triunfal, com a Assunção da Virgem, são já rococós. O retábulo-mor é recente e reaproveita elementos de talha. Retábulo colateral da Epístola de um eixo, mas com mísulas a ladear o nicho central, dando a ideia a três e possuindo no ático aletas suportando fragmentos de cornija ornadas de enrolamentos, tudo dinamizando a sua estrutura. De referir ainda a pia baptismal, com taça monolítica decorada com motivos vegetalistas, o lavabo da sacristia, maneirista, com espaldar de duas penas, e o pequeno retábulo que encimava o arcaz da sacristia, em talha dourada, de transição, conciliando ainda elementos maneiristas com a estrutura de barroco nacional.
- Igreja da Misericórdia
Localizada na Praça Caetano Ferreira, fronteira à Igreja Matriz e próxima do castelo, em pleno centro histórico. Construída no século XVII, esta igreja é tipicamente barroca. A fachada do templo, granítica, antecedida de uma escadaria também de pedra, está pormenorizada e cuidadamente decorada com pilastras e janelas. O interior, de uma só nave, tem as paredes inteiramente revestidas de azulejos decorados, do século XVIII, ilustrando vários motivos e cenas bíblicas (Bodas de Canã, Ressurreição de Lázaro, Multiplicação dos Pães). No tecto, de madeira pintada de meados do século XVIII (l743), está também representada a cena da Visitação. Por último, o altar de talha dourada, é profusamente decorado com querubins, cachos e volutas. A fachada posterior do edifício apresenta a particularidade de assentar e aproveitar o paramento externo da cerca urbana medieval.
- Ponte Romana
A ponte romana sobre o Rio Tâmega é o legado mais importante do império a “Aquae Flaviae”.
Foi concluída no tempo do Imperador Trajano, entre o fim do século I e o princípio do século II d.C. É uma obra notável de engenharia, com cerca de 150 metros de comprimento. Os 12 arcos visíveis são de volta perfeita e formados por enormes e robustas aduelas de granito. No entanto, há pelo menos mais seis arcos soterrados pelas construções, de um lado e do outro do rio. A meio da ponte estão implantados dois documentos epigráficos de carácter honorífico em tributo das gentes flavienses e dos dez povos que ajudaram na sua construção. Esta ponte é o mais característico ex-libris de Chaves.
Cumpriu a função de acesso principal à cidade pelo bairro da Madalena até à década de 50 do século XX, altura em que foi inaugurada a ponte Eng.º Barbosa Carmona.
Actualmente, encontra-se encerrada ao trânsito funcionando apenas como ponte pedonal.